O objetivo do “Territórios Sociais” é localizar quem vive abaixo da linha da pobreza e, até mesmo por falta de acesso à informação, não está cadastrado nos serviços da Prefeitura. O IPP, que elaborou o programa, usa o Índice de Desenvolvimento Social (IDS) para identificar esses cidadãos. Ao chegar até eles, a equipe aplica o conceito de pobreza multidimensional, que leva em consideração saúde, educação e condição de moradia. Se uma pessoa não estiver enquadrada em duas dessas três áreas, é classificada para integrar o programa.
- É muito importante que todos nós da Prefeitura, de todas as secretarias, tenhamos um carinho especial com essas famílias que estão lá na ponta. Esse programa tem total prioridade em nosso governo - enfatizou o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella.
Entre as famílias incluídas no projeto piloto, por exemplo, 75% não tinham cinco anos de estudo, 66% moravam em locais sem esgotamento, 31% não tinham ou não sabiam o número do CPF e 23% criavam crianças que não estavam em creche.
- Essas pessoas não estavam cadastradas em programas de saúde da família, não recebiam Bolsa Família. Agora, todas estão incluídas no sistema. Os primeiros domicílios visitados são da Zona Oeste, principalmente de Santa Cruz e da Cidade de Deus. Após o trabalho inicial, eles continuam recebendo visitas, porque não basta matricular a criança na escola, dar o filtro de água. Precisa acompanhar, monitorar, para que o trabalho tenha resultado. São pessoas tão desamparadas que é preciso levá-las pelas mãos. Podemos dizer que estamos dando um passo largo em direção à universalização dos serviços – diz o presidente do IPP, Mauro Osorio.
As equipes já estão sendo treinadas para o mapeamento, e a previsão é que os trabalhos comecem em abril, com duração de um ano, em dez complexos: Alemão, Maré, Penha, Chapadão , Pedreira, Jacarezinho, Lins, Rocinha, Cidade de Deus e Vila Kennedy. A Prefeitura vai investir R$ 3,5 milhões no programa, que é coordenado pela Secretaria Municipal da Casa Civil (CVL) e tem parceria das secretarias municipais de Educação, Saúde, Assistência Social e Direitos Humanos, Desenvolvimento, Emprego e Inovação, Infraestrutura e Habitação e Cultura, que dão suporte às famílias.
Os dados coletados por todas as secretarias serão inseridos no Sistema de Informações Urbanas (Siurb). A intenção é visitar os 150 mil domicílios nos três primeiros meses de trabalhos e, nos seguintes, fazer o acompanhamento das famílias cadastradas.